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Poemas para crianças de 4 a 12 anos

POESIA  INFANTIL


Vinicius de Moraes 

A foca

Mário Quintana

Carlos Drummond de Andrade

​Poeminha do Contra 

No meio do caminho



Vinicius de Moraes​

A Foca  (1970)
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É pôr uma bola
No seu nariz.

Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha.

Quer ver a foca
Fazer uma briga?
É espetar ela
Bem na barriga!


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Comentários ​

Poema de 3 estrofes.
Cada estrofe com 4 versos.
Possui uma métrica  (5/4/5/4)
Quer/ver/a/fo/ca  (5)
Fi/car/ fe/liz          (4)

Tem um mote: Quer ver a foca
(repete-se no primeiro verso de cada estrófe) som forte e afirmativo.
​

Uma rima, segundo e quarto verso.
feliz/nariz;
palminha/sardinha;
​briga/barriga




Para saber mais.
A foca é um peixe?
​Não, a foca nada como um peixe porém é um mamífero, tem filhotes para alimentar.
A foca tem orelhas ?
Não, em inglês elas se chamam earless (ear: orelhas, less: sem)
Os filhotes da foca comem peixes?
Não, eles mamam na mãe quando pequenos, depois jovens e adultos comem peixes. Não comem algas.
Existe focas no mar brasileiro ?
​Não, elas só nadam em águas frias, próximas dos polos. Ela tem uma pele especial que as protege do frio. Antigamente os caçadores matavam as focas para vender as peles, hoje é proibido.


​


Quem é o autor desse poema ?
Vinícius de Moraes foi um intelectual que amava as crianças, as mulheres, a música e a poesia. 
Quando e onde viveu o poeta?
Nasceu antes da I Guerra (1913) e morreu antes da Constituição de 1988 (1980). Viveu a infância no Rio de Janeiro, nasceu na Gávea. Depois morou no exterior em Londres, Los Angeles, Paris e Roma. Voltou para o Rio de Janeiro e morou em Ipanema, quando compôs a famosa canção : "Garota de Ipanema".  
De que ele gostava?
De viver alegremente. Dizia numa canção 
​

"É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração"

​

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Mário Quintana

Poeminha do contra

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,

Eles passarão…
Eu passarinho!

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comentário
Poema de duas estrofes, cada estrofe com dois versos livres, isto é, sem métrica. 
Usa como rima tempos verbais (estão/passarão) e substantivo (caminho/passarinho).
Na primeira estrofe o poema descreve uma situação (as pessoas que atrapalham o meu caminho) e na segunda uma solução - eles se vão e eu (passo sobre eles como um passarinho). 
O último verso pode ser caracterizado como uma metonímia. Uma figura de linguagem que sintetiza uma expressão maior: Eu passarinho quer dizer ( passarei por cima daqueles que atrapalham o meu caminho com a simplicidade de um passarinho, sem me importar com eles que estarão inferior a mim). Tudo isso dito com duas palavras. O inusitado reside no último verso:  usar um verbo, o passar, (passarão, que também sugere um pássaro grande) e a figura de um passarinho que também passa sobre os obstáculos. 
O que caracteriza Mário Quintana são os versos curtos, simples e de grande efeito produzidos pelas palavras, como nesse exemplo. 


Para saber mais 
Quando o poeta observa um inimigo impedindo o seu caminho o que ele sugere no poema?
  • enfrentar o inimigo com todas as forças
  • ignorar o inimigo
  • imaginar que tudo passa e esqueceremos os nosso inimigos 
Passarão no poema : é forma futura do verbo passar ( eles passarão), ou um pássaro grande.?
Passarinho no poema: é um diminutivo, pode estar associado à leveza e à pureza do canto dos pássaros.
A associação entre o poeta e o pássaro é antiga na poesia. Muitos poetas ingleses do século 18 gostavam de se imaginar como os pássaros noturnos, na Inglaterra o rouxinol ou nightgale. Os poetas invejavam os cantos dos pássaros nas florestas à noite enquanto eles procuravam nos versos o canto com a rima e a métrica para atender a uma inspiração. 
​

PictureMário Quintana sentado e Carlos Drummond de Andrade de pé. Praça da Alfândega, Porto Alegre, RS.
Quem é o autor desse poema ?
Mário Quintana foi um intelectual, um jornalista gaucho.
Quando  viveu o poeta?
 Nasceu no interior do Rio Grande do Sul, no pampa, na fronteira entre a Argentina e Uruguai, na cidade de Alegrete em 1906. Assistiu às duas grandes guerras mundiais, No Brasil à revolução de 1930 quando seu conterrâneo Getúlio Vargas assume o poder e ao regime de 1964. Viveu até depois da Constituinte de 1988, falecendo aos 88 anos em 1994.  
Como  viveu o poeta?
 Morou por quase toda sua vida solitário em quarto de hotéis em Porto Alegre. Escrevia para os jornais locais e traduzia autores franceses como Marcel Proust. 
De que ele gostava?
Do humor, de frases curtas e bem ditas. Gostava de conversar nos bares e na praça, essa escultura representa o poeta na praça da Alfândega em Porto Alegre. 

​


Carlos Drummond de Andrade - C.D.A.

No meio do Caminho

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NO MEIO DO CAMINHO

​1 No meio do caminho tinha uma pedra
2 tinha uma pedra no meio do caminho
3 tinha uma pedra
4 no meio do caminho tinha uma pedra.

5 Nunca me esquecerei desse acontecimento
6 na vida de minhas retinas tão fatigadas.
7 Nunca me esquecerei que no meio do caminho
8 tinha uma pedra
9 tinha uma pedra no meio do caminho
10 no meio do caminho tinha uma pedra.

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Comentário

Isso é poesia ?
O texto não tem rima, nem métrica.
O autor se diz poeta, foi publicado na revista como poesia.
A princípio não chamou atenção até ser publicado no livro de estréia do poeta Alguma Poesia (1930), quando recebeu uma atenção crítica (como poderia ser poesia isso?).
Sim! Era uma poesia modernista, publicada em uma revista modernista para um pequeno grupo de intelectuais que tinham participado da Semana de Arte Moderna em São Paulo (nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922). 


Tinha ou havia uma pedra no meio do caminho?

"uma pedra no meio do caminho" é uma metáfora, quer dizer tinha uma coisa  atrapalhando minha caminhada na vida. Uma pedra enorme, poderia ser "uma pedra no sapato". Ambas as pedras, uma grande no caminho, e outra pequena dentro do sapato, nos impede de caminhar. O verbo "ter" tem um sentido de posse, de pertencer. É utilizado aqui no sentido de existir, poderia ter dito: existia uma pedra no meio do caminho, ou melhor ainda havia uma pedra no meio do caminho. Porém é comum dizer : fulano é uma pedra no meu caminho. O poeta preferiu o uso comum. 
​

Qual a estrutura do poema?
O texto tem uma repetição monótona, uma pedra no meio do caminho, é quase uma brincadeira de repetição com um jogo de palavras. Observe a leitura dos três primeiros versos e os três últimos quando lidos ao reverso, veja o diagrama

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No caminho da vida o poeta encontrou um grande problema, não conseguiu resolver, ficou caminhando em círculos sem sair do lugar. 

Para saber mais

O que significa revista de antropofagia?

Antropofagia vem da união de duas palavras gregas (antropo = homem e fagia = comer, destruir). Os povos antropófogos tinham por costume comer a carne do inimigo pois desse modo acreditavam que absorveriam as virtudes do vencido para si. No Brasil os índios tupinambás, que moravam no litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo, acreditavam nisso como se fosse uma religião . A revista teve o começo com o Manifesto Antropófogo escrito por Oswaldo de Andrade (1890-1954) que tinha chegado de Paris e observava como as artes absorviam culturas primitivas. A idéia de Oswaldo seria construir uma nova cultura brasileira no qual o primitivismo indígena, como Macunaíma de Mário de Andrade, devoraria a cultura européia e ganharia novas forças, criando uma cultura diferente e própria bem brasileira como o pau-brasil. ​graph.

Belo Horizonte ou São Paulo?

Por que ao final do poema está indicado: Belo Horizonte se a revista é editada em São Paulo?
O poeta Carlos Drummond de Andrade era mineiro, tinha nascido em Itabira, uma cidade de mineração de ferro, como ele descreve no poema Confidência de Itabirano. 
"Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro"
Em 1928 Carlos Drummond era farmacêutico porém não exercia a profissão, era redator do jornal Diário de Minas. Desde 1924 quando conheceu Mário de Andrade em visita a Belo Horizonte o poeta fazia parte do movimento modernista. Embora a revista fosse publicada em São Paulo os editores marcaram que foi produzida em Belo Horizonte por um jovem poeta mineiro. 



Quanto custa a revista, em que local é publicada?

A revista custava à época 500 réis, 500 RS. A moeda de 500 réis começou a ser cunhada em 1889. Foi produzida em datas comemorativas como o centenário da independência do Brasil em 1822 e do nascimento de Machado de Assis 1939.

500 réis, moeda de prata 1889.
Face indicando
República dos Estados Unidos do Brasil.
No reverso os símbolos da bandeira:
​ Ordem e Progresso.
O Cruzeiro do Sul e 21 estrelas representando os estados.
 

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500 réis, moeda de cobre 1922
com a frase:
centenário da independência do Brasil 1822- 1922.
Na esquerda a data de 1822 e a coroa do rei. Na direita um chapéu representando a república ( inspirado na revolução francesa) e a data de 1922

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500 réis moeda de cobre de 1939.
O escritor Machado de Assis, falecido em 1908. Trinta anos depois era reconhecido como o grande escritor brasileiro simbolizado na edição de uma moeda comemorativa. 

​

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    Correções, comentários e sugestões serão bem aceitas. 

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