literatura
  • Home
  • contato
  • quem somos
  • romance
    • guimaraes rosa
    • umberto eco
  • contos
  • analise literaria
    • Umberto Eco Editor
    • Teoria literária
    • Borges - O Livro >
      • Platao expulsa os poetas
      • Ensino oral e escrita
      • Borges e a cabala
  • POESIA
    • Infantil
    • Shakespeare
    • Drummond
  • Machado de Assis
    • Machado e a sociologia
    • Machado e as leis
    • Machado e a incompetencia
    • Epoca de Machado de Assis
    • guimaraes rosa1

POESIA

Picture

Sonnet 18 
Q1. 
Shall I compare thee to a summer’s day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer’s lease hath all too short a date:


Q2. Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimmed;
And every fair from fair sometime declines,
By chance, or nature’s changing course, untrimmed:


Q3. But thy eternal summer shall not fade,
Nor lose possession of that fair thou ow’st;
Nor shall Death brag thou wander’st in his shade
When in eternal lines to time thou grow’st:


C So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee

Translation to modern English.
​Shall I compare you to a summer day?
You’re lovelier and milder.
Rough winds shake the pretty buds of May,
and summer doesn’t last nearly long enough
​
Sometimes the sun shines too hot,
and often its golden face is darkened by clouds.
And everything beautiful stops being beautiful,
either by accident or simply in the course of nature.


But your eternal summer will never fade,
nor will you lose possession of your beauty,
nor shall death brag that you are wandering in the underworld, once you’re captured in my eternal verses

 As long as men are alive and have eyes with which to see,
this poem will live and keep you alive 


tradução sem métrica e rima. 
Antonio Brito.
Poderei compará-la a um dia de verão?
Seu rosto é muito mais amável e suave
Os fortes ventos desfolham as rosas de maio
e o verão logo termina.

Às vêzes o sol brilha muito quente
e sua luz dourada escurece com as nuvens.
E toda a beleza deixa de ser bela.
quer por um acaso ou porque assim é a vida. 

Porém seu verão é eterno e não terá fim.
nem você perderá sua beleza,
​nem  a morte abraçará sua sombra
pois você é cativa de meus eternos versos

Enquanto os homens viverem e puderem ler esse poema 
Você nele viverá e eu te darei vida.
 

Resumo
O poeta se dirige a(o) amada(o) perguntando-lhe:Poderei compará-la(o) a um dia de verão? 
O resto do poema é dedicado a essa comparação. Logo na segunda linha afirma que diferente do dia quente do verão as (os) jovens são mais amáveis e têm mais frescor. Os dias de verão têm seus extremos, balançam os caules das roseiras e a desfolham no mês de Maio, começo do verão no hemisfério norte. O sol "the eye in the haven" brilha de modo irregular, ou muito quente ou escondido pelas nuvens negras. O verão é curto e como tudo tende a acabar, declina,  pois logo chegará o outono. O último quarteto porém diz que a amada (o amado) é diferente do verão: ela (ele)  nunca diminuirá, não morrerá. Nos dois últimos versos, o poeta diz que a amada (o amado) não terá o mesmo destino do verão, não acabará, pois uma vez escrito o poema ele irá durar para sempre; enquanto tiver leitores capazes de darem vida à poesia. 



Comentário

1. Shall I compare thee to a summer's day?
"Posso comparar-te a um dia de verão?

O pronome "thee" equivale ao moderno "you" em inglês, ou tu em português, segunda pessoa do singular, no caso pode ser tanto feminino (amada) ou masculino (amado). É como se o poeta se perguntasse " O que seria caso eu comparasse você a...". A escolha de um dia de verão associa-se a calor da paixão. 
2. Thou art more lovely and more temperate:
"Você é mais amável e tranquila:

"thou art" equivale ao moderno inglês "you are". A beleza do amor na  juventude não se compara ao verão. Ela é muito mais  suave, enquanto logo se verá o verão é mais turbulento. O verão tem seu calor assim como a paixão, porém o amor é mais dócil. 
3. Rough winds do shake the darling buds of May
" Os violentos ventos chacoalham os tenros botões de Maio"
No início da primavera, maio no hemisfério norte, as rosas estão ainda em botões, os dias vão ficando mais quentes e na Inglaterra sopra um forte vento. 
4. And summer's lease hath all too short a date
" o curso do verão é curto, tem uma data que se acaba"
O verbo "hath" no moderno inglês é "has", terceira pessoa do verbo "have". "summers lease" pode ser entendido como a época que transcorre o verão, da origem leash, liberar, soltar, transcorrer. 
5. Sometimes too hot the eye of heaven shines
" às vêzes brilhante sol é muito quente "
O sol ao mesmo tempo que nos traz a luz que nos ilumina traz o calor do verão. A expressão "eye of heaven" para designar o sol é relevante pois só enxergamos através dos olhos graças aos raios solares, como se fosse um olho do céu. 
6. and often is his gold complexion dimmed. 
"e frequentemente seus raios dourados diminuem"
Quando as nuvens negras tapam o sol os seus raios diminuem de intensidade. As tempestades são frequentes no verão. 
7. and every fair from fair sometimes declines.
"e às vêzes o que é pura beleza também se acaba"
O sentido de "fair" aqui é muito diferente do usual "feira" ou "justo". Porém tem o significado de perfeito, tinha o sentido arcaico de "beleza da mulher amada". Tudo o que é belo e perfeito "every fair" às vezes se acaba, declina,  na sua própria essência de belo "from fair".
​quentes no verão. 

8. By chance, or nature's changing course untrimmed
"por um acidente ou pelo curso da natureza que muda sem cessar"
A beleza e o perfeito se acaba, pode ser por um acidente ou pelo curso da natureza que não está sob controle humano.
9. but thy eternal summer do not fade
"mas o seu eterno calor não se dissipará"
O pronome "thy" é o possessivo moderno "your", seu. Podemos imaginar que se trata do calor da paixão, do mesmo modo que o verão nos traz o calor. Porém o estado de uma época quente, o verão,  não durará para sempre, diferente da paixão da amante (do amante). Nesse primeiro verso da última estrofe o poeta realçará as diferenças entre o verão e o calor das paixões, "but" , porém seguido das negativas "nor", nem. 
10. Nor lose possession of that fair thou ow´st
"Nem você perderá a beleza perfeita que é sua" 
A expressão "thou   o'wst" significa ownest - de si mesma, de sua posse. A beleza do jovem (da jovem) amante é dela (dele), permanecerá sempre na eterna juventude. Fair significa aqui perfeito e belo, diferente do brilho do verão que se acabará. 
11. Nor shall death brag thou wander'st in his shade. 
"Nem a morte sorrirá e verá sua sombra"
O pronome thou no sentido de your. Na antiguidade acredita que os mortos não podem ser vistos, são uma sombra, a sombra da morte. Como a beleza do jovem não perecerá a morte não terá o prazer de ter a amante entre seus mortos. A morte ao final vence a vida e ela ri dos vivos que morrerão. Para o poeta Virgílio na Eneida. livro IV,  Eneas desce ao mundo dos mortos e encontra as almas vagando como sombras. Shakespeare conhecia tanto a biblia " embora eu atravessa o vale das sombras dos mortos eu não encontro nenhum mal" - Salmo 23:3 como o poeta clássico Virgilio. 
​
12. When in eternal lines to time thou grow'st. 
"Esses versos serão linhas eternas e você crescerá no tempo" 
As "eternal lines" são os versos, que uma vez escritos não mais perecerão. O tempo avança, cresce, "grow" assim também será esse amor, não perecerá no tempo. 
​13. So long as men can breathe, or eyes can see 
"Enquanto os homens poderem respirar ou seus olhos lerem"
Uma vez escritas as palavras ficam eternas, enquanto tiverem leitores. A leitura traz vida às letras mortas. Fazendo poesia o poeta imortalizou o bem amado. 
14. So long lives this, and this gives life to thee. 
"Enquanto existir esse poema, você nele viverá"
 O poema escrito é eterno, enquanto existir leitores, o que fizemos até aqui. O calor da paixão de quem se ama fica imortalizado no poema. 


Proudly powered by Weebly
  • Home
  • contato
  • quem somos
  • romance
    • guimaraes rosa
    • umberto eco
  • contos
  • analise literaria
    • Umberto Eco Editor
    • Teoria literária
    • Borges - O Livro >
      • Platao expulsa os poetas
      • Ensino oral e escrita
      • Borges e a cabala
  • POESIA
    • Infantil
    • Shakespeare
    • Drummond
  • Machado de Assis
    • Machado e a sociologia
    • Machado e as leis
    • Machado e a incompetencia
    • Epoca de Machado de Assis
    • guimaraes rosa1